Grandes cases do urbanismo mundial: Veneza
A Tamboré Urbanismo apresenta a construção da cidade flutuante, que se transformou em uma das principais atrações turísticas do mundo.
12/05/2022 - 17h16min - Arquitetura e Urbanismo
Que atire a primeira pedra quem nunca sonhou com um passeio de gôndola pelos canais de Veneza. A cidade que se tornou reduto dos apaixonados, e não por acaso ganhou o apelido de Cidade do Amor, tem uma história no mínimo instigante.
Capital da região italiana do Vêneto, Veneza foi erguida em cima de um arquipélago formado por cerca de 120 ilhas. A história dessa construção está ligada à queda do Império Romano, que teve entre suas causas as invasões bárbaras. Com essas invasões, a população do norte do que hoje é a Itália se viu forçada a buscar abrigo em outras regiões, e encontrou em Veneza sua nova casa.
Com o aumento da população, surgiu a necessidade de expandir a cidade, uma vez que as ilhas existentes já estavam totalmente ocupadas. A solução, portanto, era construir uma cidade flutuante. O resultado foi um dos lugares mais belos e curiosos do mundo ou, como bem resumiu Alexander Herzen, escritor russo do século 19: “não há absurdo mais magnífico do que Veneza”.
A cidade flutuante
A imagem clássica que se tem de Veneza, com as casas à beira dos canais, foi construída ao longo do tempo a partir desse crescimento populacional e do aumento da importância econômica da cidade, que viria a se tornar o maior porto marítimo da Europa medieval e a ligação comercial do continente com a Ásia.
Para sustentar novas edificações, permitindo que a cidade crescesse, foram usados enormes troncos de árvore fincados no chão. Se essa tarefa já não parece muito simples, imagine quando somada ao fato de que o fundo da laguna onde as ilhas estão localizadas é de puro lodo. As toras de madeira, portanto, precisavam penetrar pela lama até chegar ao solo mais firme existente por baixo dela.
Posteriormente, passaram a ser usadas pedras para dar maior estabilidade às fundações da cidade. Assim, as estacas de madeira ficavam totalmente submersas, sem contato com o ar, evitando o apodrecimento, além de se solidificarem por conta dos minerais presentes na água da laguna. A partir do século 12, começaram a ser construídas as tradicionais pontes que conhecemos atualmente.
Veneza hoje
Um dos principais cartões postais da Itália, Veneza está ameaçada pelas constantes inundações, que sempre existiram, mas estão se tornando mais graves devido ao aquecimento global.
Para evitar que a cidade flutuante fique debaixo d’água, Veneza aposta no projeto Mose, um sistema de barreiras móveis, com comportas que sobem para bloquear a divisa com o mar, protegendo a cidade da água quando há risco de inundação. O sistema já foi acionado 33 vezes em 2020 e 2021, e a previsão é de que esteja completamente operacional em 2023.
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